Já escrevi muito em blogs que fui tendo, mas essa pequena ocupação, grande parte fruto de distorções da consciência que ia tendo até então, foi-se dissipando ao longo do tempo.
Em verdade creio que me fui ocupando com outras prioridades da vida, e acabei por esquecer as vantagens que um pequeno espaço virtual, ainda que não visitado nem com a verdadeira intenção de ser um "blog" cheio de fotografias idiotas com a perna esquerda atrás da direita, com um padrão às riscas, uns óculos de sol redondos a olhar para o céu com uma legenda do tipo "M O R N I N G S" ou "M O N D A Y" podia trazer. Este, além de poder servir de uma eventual recordação para a posteridade, pode servir de exercício de reflexão pessoal para conseguir acordar mais bem disposto no dia seguinte.
Não quero ter um discurso fatalista nem "de velho", mas o quotidiano a que a vida nos habitua nem sempre traz rosas e alegrias. Muitos dissabores surgem e é difícil, grande parte das vezes, saber digeri-los, ou pelo menos da forma que convém.
Têm acontecido algumas coisas relativamente importantes na minha vida, ultimamente. Posso, ou não, falar delas aqui, tenham elas a importância que tiverem. Queria apenar deixar escrito, sem qualquer tipo de ressentimento, que ontem constatei que efetivamente as pessoas (no geral) se encostaram completamente às redes sociais e à comodidade impessoal que isso, por vezes, poderá trazer - e contra mim falo, atenção. Não ligo ao dia em si, jamais ficaria chateado por alguém não falar comigo neste dia por esquecimento (tantas vezes já me aconteceu, sem ou com Facebook), mas mentiria se dissesse que não me senti, nem que fosse por 30 segundos, um pouco triste pelas dezenas de pessoas que me são próximas que não me disseram nada (ou que conversaram apenas rotineiramente). A culpa não é delas, é do Facebook.
A experiência de não ter esta rede social já há várias semanas tem vindo a revelar-se bastante positiva, e ontem foi a prova que não podia estar mais certo. Com isto, pretendo voltar um pouco aos hábitos ainda mais antigos. Ver notícias, ver reportagens, ver blogs (úteis) e ter uma vida um pouco mais decente no sentido de aproveitar o tempo, e preferencialmente da melhor forma.
Disclaimer: Tive um dia horrível que não consegui fazer nada, quando planeava estudar horas a fio. Normalmente o mais produtivo que sai nestas pequenas crises existenciais é, depois da limpeza da casa, projetos organizativos sobre o futuro a curto e médio prazo. Listas, calendários, organizações, e por aí. Quem nunca?